Futebol: preparo pode melhorar saúde e desempenho

Futebol: preparo pode melhorar saúde e desempenho

Uma boa parte dos brasileiros não perde uma partida de futebol com os amigos. Com chuteiras ou com os pés descalços, a falta de preparo físico dessa turma nunca é motivo para cancelar o jogo popularmente conhecido como “pelada”. O problema é que, muitas vezes, o despreparo físico pode deixar o jogador fora de campo por um bom tempo. É o caso do empresário Humberto Cruz, de 35 anos. “Já lesionei o músculo posterior da coxa por não ter feito um pré-aquecimento. Eu jogo uma vez por semana. Raramente, me preparo antes de uma pelada. Às vezes,  faço exercícios de condicionamento físico e alongamentos”, diz. Como qualquer pessoa que espera um bom desempenho, é preciso se preparar, mesmo que o futebol seja entre amigos durante o fim de semana. Na verdade, quem preza por um bom desempenho, deve buscar seguir algumas orientações básicas para também garantir a saúde e, assim, nunca parar de comemorar os gols da vida. “O futebol sem uma preparação adequada, como qualquer atividade física, apresenta um risco cardiovascular,como o infarto. Principalmente, para aqueles pacientes sedentários e que não cuidam da saúde com frequência, especialmente aqueles com mais de 40 anos”, explica o chefe da Ortopedia do Hospital Federal dos Servidores do Estado no Rio de Janeiro, o ortopedista Marcelo Erthal.  Segundo o ortopedista, o futebol é uma atividade que exige bastante da musculatura. Por isso, o corpo precisa estar fortalecido contra rupturas musculares ou até mesmo lesões das  articulações, tais como dos ligamentos e cartilagens. O funcionário público Reginaldo Teixeira, 60, jogou futebol durante muitos anos na equipe da empresa que trabalhava. Há quatro,  joga no time com outros colegas aposentados. Apesar das várias vezes que se machucou e teve “todo tipo de contusão”, ele garante que não dispensa os cuidados com o corpo antes de entrar em campo. “Hoje a frequência já não é como antes, apenas uma vez na semana. Afinal, a idade chega e as pernas já não aguentam tanto, mas faço caminhada regularmente. O preparo para jogar é alongamento, sempre antes e depois”. Assim como o Reginaldo, esteja sempre preparado para jogar bola. Cuide do coração. Quem tem mais de 40 anos deve ainda fazer uma avaliação de rotina com o cardiologista. Invista numa atividade física de aproximadamente 30 minutos, no mínimo, três vezes por semana. Pode ser natação, caminhada, andar de bicicleta ou correr. A musculação deve ser associada a esses exercícios para evitar lesões e reduzir qualquer risco, mantendo a frequência cardíaca, melhorando a respiração.

Fortes Emoções – As fortes emoções de uma partida também podem ser perigosas para os espectadores que estão fora de campo, assistindo ao jogo pela televisão, por exemplo. “Há aquelas pessoas que quase entram no jogo. As altas emoções vivenciadas liberam muita adrenalina e aceleram a circulação. Se a pessoa tiver com as artérias obstruídas, por exemplo, o sangue não vai conseguir chegar na mesma velocidade que o coração precisa e aí, essa falta, pode gerar uma angina, infarto”, alerta o ortopedista Marcelo Erthal.

Futebol versus Bebida Alcoólica – Sem dúvida, como vivemos em um país tropical, as pessoas vão perder muito líquido na prática de uma atividade física. Por isso, Marcelo Erthal destaca que é fundamental se hidratar de forma adequada. “Quando as pessoas tomam cerveja, elas estão se desidratando. Com a cerveja, o rim começa a funcionar mais rápido, você começa a urinar mais e esse se torna mais um fator de risco para o aparecimento de problemas”.

Paixão Nacional perdendo a popularidade – A pesquisa de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas (Vigitel), realizada já há dez anos pelo Ministério da Saúde,  mostra que há um aumento na prática de atividades físicas, principalmente no tempo livre. Para se ter uma ideia, em 2015, 37,6% da população adulta das capitais praticavam atividades físicas fora do horário de trabalho. Em 2009, eram apenas 29,9%. Entre os esportes citados pela pesquisa como os mais praticados pela população estão: caminhada (33,79%), musculação (19,34%) e futebol (13,16%). Em comparação a 2006, algumas práticas cresceram significativamente. A corrida, por exemplo, cresceu 102% nos últimos 10 anos, passando de 3,36% para 6,79%, e, artes marciais e lutas, que cresceram 118,6% passando de 1,08% para 2,36%. Em contrapartida, o esporte nacional, o futebol, perdeu a preferência dos brasileiros caindo 36,6%, de 20,74% para 13,16%.

Fonte: Ministério da Saúde 

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